sexta-feira, fevereiro 03, 2006

Acre e doce

Deste meu semblante escuro arrancaste-me hoje um mísero sorriso velado de celeridade e nunca o saberás porque jamais to direi. É Meu o sorriso que livre e leve não pode compadecer-se de uma qualquer interpretação tua carregada de passado. Recuso-me a admitir que os meus sorrisos sejam estes, quero outros sorrisos de outros tempos e gentes que hão de vir, não estes, não teus...
Sei que alguém mos largará imperiosos sobre estas faces cansadas de ti e fará brilhar como outrora as safiras escastradas debaixo de sobrancelhas que jamais deixarei franzir. Tê-los-ei acres e doces como tudo o que é real, quentes de sentido e frescos de despretenciosidade... sei que sim porque mereço mais que esse sorriso que jamais saberás que tive e porque estou farto de usar o mesmo semblante escuro que ja parece fazer parte de mim!