terça-feira, abril 24, 2007

Escuridão

Quiseste saber se chorava, e juro que te quis dizer que não porque sei que senti-lo-ias como teu, mas não te menti… e quando perguntaste porquê, não te soube dizer!
Hoje sei…chama-se medo esta vertiginosa impotência da mente que não nos deixa fugir de nós, que querendo não se esquece e que tinge a alma para a deixar como a terra salgada! Se te disser que me sufoca, mais me prende a voz, se te disser que me visita nas noites, mais lhe abro a porta!
Mas se te não minto e tudo isto te digo, é porque tive descanso de mim nesta brecha das edificações devolutas do meu mundo. Agora sei que me deixo anestesiar pela dor dos cortes na alma, e que o meu sangue sabe ao mar de teus olhos… é por isso que te peço que não chores por mim que eu choro por nós, é que esta dor é alfa e ómega de mim, destrói mas pertence-me…
Desculpa se deixei de te proteger da minha escuridão, mas por mais que tentasse já não conseguia emprestar-te mais a minha própria mentira…

2 Comments:

Blogger mara said...

Não te tornes naquilo que eu um dia fui... Neste texto reconheci-me, vi-me retratada num desepero de que me obrigaste a fugir!! Tem a mesma força que sempre te conheci; é muito por ela que tanto te admiro! Um beijo de quem pede muito por ti...

sábado, 28 abril, 2007  
Blogger Um_palhaço_triste said...

Não se pode ser o que já não se é. Não tenho mais o que tinha... Nem sombra de mim mesmo sou pois que sou já outro alguém...

domingo, 22 julho, 2007  

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