domingo, julho 16, 2006

Primavera

Havia mil e uma palavras e mil e uma frases que nunca te cheguei a entregar porque não podia. Fazias pulsar o meu corpo com esse teu sorriso morno e da minha boca saiam incontroladas as palavras que me enfeitiçaste a dizer. Tudo em ti sabia a novo mas com o travo dos sabores antigos do prazer, e não te conhecendo parecia já te conhecer… ainda assim nada te disse porque não podia!
Dissimuladamente fizeste das tuas verdades as minhas e comprazi-me ao entender que afinal eu já não era só meu, que o meu tempo fazia sentido na sincronia do teu e que o meu corpo já só respondia a ti…
Agora sou tudo o que mudaste em mim, tudo o que marcaste em mim, tudo o que deixaste em mim e na loucura que é sentir-te minha já perdi a noção de quem sou mas sei que sou feliz. E talvez seja isso, talvez eu já não seja eu porque me mataste para como Fénix me fazeres renascer das minhas cinzas, talvez seja outro ser, um que não havia ainda conhecido e que vou sentindo agora pelas tuas doces mãos para me fazeres real como nunca fui. Talvez até hoje fosse mera folha de Outono caindo perene ao sabor de brisas sem norte… é por isso que te digo, agora que posso, algumas das mil e uma palavras e frases que nunca te cheguei a entregar. Guarda estas nas voltas dos teus sorrisos, no ajeitar do teu cabelo quando este te esconder os olhos pelo vento e sempre que te sentires em paz: “Obrigado minha Primavera”.

1 Comments:

Blogger Joana said...

"Talvez até hoje fosse mera folha de Outono caindo perene ao sabor de brisas sem norte...". Fantástica a imagem para que nos remetes com essa expressiva maneira de sentir.
Beijinhos!

segunda-feira, 17 julho, 2006  

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