sexta-feira, junho 15, 2007

Monstros

Cavalgando fogem as horas vazias da vida que nunca foi, fica a saudade do que nunca chegou a ser... Como somos ingénuos, talvez até pedantes, os que imaginámos como iria ser bom, como iria correr bem e no fim só resta a tristeza da cruel verdade que nos rasga de nós quem julgámos ser.
Que monstro escondemos dentro para que nos dias de ventos de norte nos voe real à flôr da pele para nos atormentar a mente?... E afinal quem somos nós?! Como podemos negar o monstro, se o gume de Chronos corta a carne e range no osso para nos mostrar uma e outra vez que somos nada mais que outro igual, outro monstro como os demais?! E logo nós que nos julgávamos Adónis...
Deixamo-nos morrer a pouco e pouco para nós e os factos não parecem querer travar a eutanásia. Vamo-nos deixando ficar pardos no arrastar do espírito, perdemo-nos labirinticamente no êxtase do onirismo porque despidos de nós já nada somos... E o monstro que nos querem forçar para nós?! Existe?! Tenho para mim que sim... cada vez mais o vejo e como tal não me revejo, por isso talvez seja melhor entregar-me ao rufar da inevitabilidade, apagar os sonhos no esborrachar da beata velha e morrer de vez para mim...

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

que força tu tens para explicar as angústias. É tão doloroso reconhecer-me nas tuas palvras. Amo a tua escrita

domingo, 22 julho, 2007  

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