Do sonho à utopia
Por mim outros disseram antes que confundimos as nossas pernas trocando de corpo, que em teus lábios ficou meu suor e em minhas mãos teus seios, mas o que ninguém disse foi que antes deste nosso calor éramos já só um. Ninguém disse que já antes teus olhos eram meus, que meu caminhar era já teu e que minhas mãos já só o eram para se fundirem nas curvas de teu corpo. Ninguém disse que antes de o sermos já o éramos e ninguem o disse porque ninguém o viu… nem nós!
É por isso que não sei que vêem teus olhos enquanto meus pés erram pela calçada e deste vazio na doença que é querer-te e crer-te, me resta apenas a fraca verdade de que teus seios carecem estas minhas torpes mãos como o meu suor de teus lábios… e onde estás que não te sinto de tão dormente que estou?!
Sei que te sou e que me és, que me pertences como eu a ti, que tens todas as chaves de minhas portas e todas minhas janelas dão para o teu mar. Mas quem és?! E onde estás que de te ver em todo o lado não te vejo de todo?!
Se sou teu reclama-me para ti, se tanto me queres procura-me, se me sentes encontra-me. Desculpa-me se forças não encontro já nem em meu corpo nem em minha alma de tanto em vão me magoar para te trazer aqui, mas começo a fazer-me crer que este sonho não é mais que uma mísera e infrutífera utopia…
1 Comments:
"Sei que te sou e que me és, que me pertences como eu a ti, que tens todas as chaves de minhas portas e todas minhas janelas dão para o teu mar."
costumo ler-te e sair de mansinho, em silêncio... como que para não incomodar a força das tuas palavras...
mas hoje tive de deixar aqui o meu beijo.
:) (obg pela dedicatória)
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